Rio Vermelho

O Rio Vermelho é um bairro de classe média-alta, localizado na orla marítima da cidade de Salvador, no Estado da Bahia, região Nordeste do Brasil.

A origem do nome Rio Vermelho está na palavra tupi camarajipe, que ganhou diferentes grafias – Camaragipe, Camarujipe, Camaragibe, Camurujipe ou Camarujipe, sendo que esta última prevaleceu.

Segundo o historiador Cid Teixeira, ‘camarajibe’ significa ‘rio dos camarás’: camará é “uma florzinha vermelha, abundantíssima, antigamente tinha demais aí, na cidade. Rio das florzinhas vermelhas, rio vermelho, daí nasce o nome do rio […] Propriedade de Manuel Inácio da Cunha e Meneses (1779-1850), o visconde do Rio Vermelho, que ganhou, como sesmaria, a terra que vai dali, da Mariquita, até a sede de praia do Bahia […] Foi durante muito tempo sede do Aeroclube da Bahia, depois foi demolida e agora fizeram lá, aquela coisa. Ali estava a sesmaria de Manoel Inácio da Cunha e Menezes, no Rio Vermelho.”

Entretanto, mais tarde, o rio acabou por tornar-se um esgoto a céu aberto e passou a ser conhecido como rio das Tripas.

Localizado entre os bairros de Ondina e Amaralina, tendo ao norte o Engenho Velho da Federação, Santa Cruz e o Nordeste de Amaralina.

No bairro estão situados luxuosos hotéis e pousadas, sendo intensa sua vida noturna. Uma pesquisa feita pelo jornal Correio, em 2016, indicou que o Rio Vermelho tem o quinto menor preço de aluguel de imóvel em Salvador.

Conhecido pelo clima boêmio, pelos acarajés de Cira, de Regina e de Dinha, e pela colônia de pescadores, que, desde 1923, realiza anualmente, no dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá, rainha do mar, quando se realiza um cortejo de embarcações e são oferecidos presentes à divindade das águas.

Originalmente, as oferendas teriam como finalidade resolver o problema da escassez de peixes, verificada no início da década de 1920. A partir de 1967, a festa de Iemanjá ganha a força e popularidade, até se tornar a maior celebração da cultura afro-brasileira na Bahia. Em 2022, foi reconhecida como patrimônio cultural de Salvador.

Confluindo para o Largo de Santana — onde a antiga capela dedicada a Sant’Ana situa-se bem no meio do caminho -, a Rua da Paciência, que recebe o intenso tráfego da Avenida Oceânica), a Avenida Cardeal da Silva e a Rua João Gomes, o trânsito sofre um afunilamento e, em certos horários, fica praticamente estagnado.

Em razão das vias estreitas, mesmo as principais (ruas Oswaldo Cruz e Odilon Santos) possuem tráfego de veículos difícil. O Rio Vermelho, que dá nome ao bairro mas também é conhecido como Rio Lucaia, margeia a Avenida Juracy Magalhães Júnior.

Próximo a sua foz, existe uma estação de condicionamento prévio de esgotos domésticos, onde resíduos sólidos e partículas em suspensão são separadas do efluente final, que é lançado a 2,7 quilômetros da costa pelo emissário submarino do Rio Vermelho, evitando a contaminação da praia.

Apesar do grande crescimento vertical verificado noutras áreas da capital, o Rio Vermelho ainda conserva-se um bairro essencialmente de casas. As estreitas vias mais antigas receberam nomes que homenageiam importantes cidades baianas, como Caetité, Itabuna, Ilhéus, etc.

Na rua Alagoinhas está a casa que foi a residência do falecido escritor Jorge Amado e de sua esposa Zélia Gattai, e onde estão guardadas as cinzas do imortal. Outro importante logradouro do bairro é o Largo da Mariquita, onde está situado o Mercado do Rio Vermelho (também conhecido como Mercado do Peixe), antiga e tradicional feira livre.