A poesia flutua pelas águas doces e calmas do Lago Inle em Myanmar, um imenso lago de montanha a quase 1000 metros de altitude no estado Shan, leste do país. Visitar o Lago Inle era uma das etapas mais esperadas da viagem de 8 dias em Myanmar.
Uma jornada de (re)conhecimento e identificação.

Apesar do recente boom turístico, o país ainda guarda o sabor do intocado, do original. Depois de anos fechado para o turismo por conta de uma dura ditadura militar, Myanmar caiu nas graças dos viajantes ‘descolados’ que estão em busca de suas belezas e mistérios.
Às vezes tenho a impressão de que certas viagens acontecem enquanto sonho, e a visita a Myanmar foi uma delas. Será?!
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O Lago Inle em Myanmar
O Lago Inle tem cerca de 100km de extensão e 5km de largura. É aqui que vivem os pescadores da etnia Intha, que em birmanês significa ‘olho do lago‘.
O povo Intha tem um jeito único de remar com os pés e pernas, e ao mesmo tempo usam esse cone para capturar os peixes. Eles parecem dançar sobre os pequenos barcos de madeira que flutuam pelo Lago Inle.

A vida aqui segue o ritmo da natureza, das estações do ano e das plantas. Sim, das plantas!
O Lago Inle é cercado por um labirinto de canais cheios de hortas flutuantes.
Crescem aqui gengibre, berinjelas e especialmente tomates, as estrelas do Lago Inle, que é o maior produtor de tomates do país.
É essa a principal fonte de renda de milhares de pessoas que vivem nas vilas flutuantes e nas vilas ao redor do lago. Além do turismo, claro, cada vez mais forte em Myanmar.

Outra função super importante e peculiar dos pescadores Intha é recolher algas do fundo do lago.
São elas que após secas servirão como base para formar as ilhas flutuantes para as plantações.

Mas como nem tudo são flores, o aumento da população e do turismo e o cultivo flutuante usando fertilizantes e pesticidas colocam em risco o lago e todo seu ecossistema, incluindo a população que vive dele e ao seu redor. A água não é mais potável, os peixes morreram e se não forem tomadas medidas drásticas, tudo isso pode sumir. Já pensou que tristeza?!
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Quando visitar o Lago Inle em Myanmar
Visitamos Myanmar no final de março, comecinho de abril, antes da estação chuvosa, que vai de maio a setembro. Como o Lago fica a quase 1000 metros acima do nível do mar, a temperatura aqui é bem mais amena que em outras partes do país.
Onde ficar no Lago Inle em Myanmar
Nos hospedamos no Inle Apex Hotel, na pequena cidade de Nyaung Shwe, uma ótima base para visitas ao Lago Inle.
O hotel era bem agradável, super pertinho do porto, com café da manhã incluso na diária. Foram eles que organizaram o nosso tour de 1 dia pelo Lago e também contrataram o táxi pra voltar para o aeroporto de Heho. Pagamos mais barato do que a ida. Recomendo falar com seu hotel antes de chegar ao aeroporto.
Em Nyaung Shwe você encontra uma certa estrutura turística, com vários tipos de hospedagem, restaurantes e pode também contratar os tours para conhecer o Lago.
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Se você preferir, pode também se hospedar em hotéis em palafitas, localizados no próprio Lago Inle. Meu medo era ficar muito isolada e perder alguma foto na cidade. Por isso escolhemos Nyaung Shwe como base.
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Apesar de Nyaung Shwe e o Lago Inle já estarem inundados com turistas, eu AMEI a minha experiência e achei um dos destinos mais fotogênicos da viagem. Você vai ver!
Como chegar ao Lago Inle em Myanmar
Para chegar em Nyaung Shwe percorremos um longo caminho. Viajamos de São Paulo até Dubai, depois até Bangkok, onde pegamos um voo da AirAsia até Yangon, a maior e mais importante cidade de Myanmar.
Em seguida pegamos um voo em bimotor da Yangon Airways até o Aeroporto de Heho.

Um táxi a partir do aeroporto nos levou direto ao Inle Apex Hotel em Nyaung Shwe, nossa base para a visita ao Lago Inle. Demoramos cerca de 45 minutos para percorrer os 35 km até a entrada da cidade, onde os visitantes têm que pagar uma taxa de visitação por pessoa.
O que fazer no Lago Inle
1. Passeios de barco pelo Lago Inle
Nosso primeiro contato com o Lago Inle foi durante um maravilhoso pôr do sol.

Saímos de Nyaung Shwe no final da tarde, dentro de um estreito barco de madeira. Esse é o principal meio de locomoção da população que vive no Lago Inle e ao redor dele, e é também um dos principais passeios disponíveis para os turistas.

Você pode se aventurar pelas águas do Lago Inle pra ver o sol se pôr atrás das montanhas, pode ver os pescadores Intha bailando sobre seus barcos e pode também fazer 2 tipos de passeio: O passeio que dura o dia inteiro (8 horas) e o que dura meio dia (4 horas). Escolhemos o de 8 horas, que acabou sendo demais. A volta foi super tensa dentro do barquinho com uma forte ventania.
Aventuras à parte, adoramos flutuar de barco pelo Lago Inle. Olha a cara de feliz e quentinha da Sô!

Os destaques do passeio de 1 dia pelo Lago Inle foram:
Conhecer os jardins e hortas flutuantes
É incrível ver de pertinho os jardins flutuantes que lotam as zonas de cultivo espalhadas pelos vários canais que cortam o Lago Inle.


Uma das coisas mais interessantes foi observar aquela estranha realidade flutuando pelas águas do Lago Inle. Surpreendente e mágico. Uma experiência que vai ficar pra sempre marcada na minha memória e nas zil fotos que fiz aqui!

Visitar o Monastério Nga Phe Kyaung

Esse monastério é conhecido também como Jumping Cat Monastery pela fama de puladores dos gatinhos que moram aqui. Se você procurar no Youtube vai encontrar vários vídeos dessas sessões de pulo. Nós não presenciamos nenhuma.

Ahh, outra coisa, é claro que as paradas oficiais do passeio incluem oficinas de prata, de confecção de cigarros, etc, etc. Outra consequência do turismo em massa nessa região. Mas nada disso importa, o povo é tão legal e hospitaleiro que você logo esquece. Olha o pessoal ai se despedindo da gente!

Visitar o Mercado e a Floresta de estupas em Indein
Mas o ponto alto do nosso passeio pelo Lago Inle foi visitar a surpreendente vila de Indein.

Primeiro porque o caminho até lá foi surreal. Foi arrepiante percorrer o labirinto de canais cercados por uma mata simplesmente inacreditável.
Ao chegarmos lá, outra surpresa, encontramos uma floresta de estupas e pagodas, algumas muito antigas. Um cenário cinematográfico que guarda um mistério, já que não há registro de sua construção.

Eu nunca vou conseguir traduzir a sensação de estar em meio a essa floreste de estupas. Foi algo incrível. Além disso, o mercado de Indein é um dos maiores ao redor do Lago Inle e é importante palco de trocas entre a população das vilas ao redor do lago e dos vilarejos nas montanhas. Juro pra você que parecia outro mundo. Olha só o cachorro que vimos por lá.

Reserve um passeio de barco pelo Lago Inle com antecedência e segurança.
2. Mercado de Nyaung Shwe
Agora vou ter que repetir: eu amo mercados! Pequenos, grandes, flutuantes, terrestres, não importa! Tenho alucinação por mercados e feiras livres. Acho incrível poder mergulhar tão rápido em uma cultura. E o Mercado de Nyaung Shwe me ofereceu isso e muito mais!

Colorido e alto astral, passei horas explorando o diferente nesse mercado. Flores, frutas e vegetais.

Utensílios pra cozinha. Me diz aí, como resistir?!

Ps. Comprei todos. Acho que esse foi o mercado que mais encheu minha mala. Consegui comprar aqui um longyi, a típica saia birmanesa, costurado na hora por um costureiro local. Amei e até hoje fico com medo de usá-lo e estragar. É tão lindo e especial!

3. Almoçar na Vinícola Red Mountain Estate
Outro programa diferente em Nyaung Shwe é visitar a Vinícola Red Mountain Estate e as termas.

Myanmar só tem 2 vinícolas, ambas localizadas nas proximidades do Lago Inle. A Red Mountain, inaugurada em 2002 planta uvas vindas da França e da Espanha. Você pode experimentar os vinhos deles em uma degustação enquanto almoça.

Como a vinícula é meio afastada da cidade, combinamos nossa ida com um motorista de tuk tuk que nos levou até lá e nos trouxe de volta até Nyaung Shwe. Ele foi tão simpático que até parou perto da casa dele pra nos mostrar seu ‘bairro’. Em Myanmar, não tem como não sorrir!
4. Trekking de 3 a 5 dias
Agora, se você tiver afim de um programa diferente e mais roots, vale a pena conferir as opções de trekking ao redor do Lago Inle. Fiquei morrendo de vontade de explorar melhor essa região e depois de ler o relato do Mochilão Trips minha vontade só aumentou. Deve ser incrível percorrer as montanhas que cercam o Lago Inle e viver alguns dias com os locais. Myanmar não me sai da cabeça e sempre me pego planejando a minha volta, antes que seja tarde demais e o turismo de massa transforme o país de vez.
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