O melhor de Inhotim em 2 dias: dicas e relato

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Estive pela primeira vez no Inhotim aproveitando uma rápida viagem para Belo Horizonte, e confesso que foi amor à primeira visita. O Inhotim conseguiu arrebatar meu coração. Unindo natureza e arte, o museu se mostrou um verdadeiro paraíso para a minha personalidade, fissurada em fotografia.

Neste post vou te contar mais sobre a minha experiência e te dar dicas espertas para conhecer o melhor do Inhotim em um roteiro de 2 dias cheio de arte e inspiração! Vamos nessa?


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 O melhor do Inhotim em 2 dias

Para conhecer o melhor de Inhotim em 2 dias, decidimos usar o transporte interno do museu para conhecer os eixos Rosa e Laranja, as áreas mais distantes da recepção.

O Inhotim é imenso. A área de visitação tem cerca de 140 hectares, e apesar do museu recomendar a visita a pé, não é todo mundo que tem fôlego ou condição para isso, né?!

Dicas práticas de Inhotim

O Inhotim oferece um serviço de transporte interno com carrinhos elétricos, que funciona de terça a sexta das 10h às 16h e finais de semana e feriados das 10h às 17h.

Você pode escolher entre um transporte com rotas prédeterminadas, que custa R$30 por pessoa (crianças até 5 anos não pagam), ou contratar transporte exclusivo e ter à disposição um carrinho elétrico particular com motorista durante um dia de visita ou no período de uma hora.


A diária do carrinho para até 5 pessoas custa R$500 e a hora R$200. Para adquirir o serviço, acesse o site.


» DIA 1 – Eixo Rosa e Eixo Laranja

Para mim, os grandes destaques do eixo Rosa e do eixo Laranja, foram:

  • Sonic Pavilion, de Doug Aitken
  • Da Lama Lâmina, de Matthew Barney
  • Galeria Claudia Andujar
  • Galeria Adriana Varejão
  • Vegetation Room, de Cristina Iglesias
  • Elevazione, de Giuseppe Penone
  • Galeria Lygia Pape

Sonic Pavilion (G10), de Doug Aitken

Começamos nossa jornada pelo incrível e pulsante Sonic Pavilion, do americano Doug Aitken, que teve uma ideia incrível: Fazer um furo de 200 metros de profundidade no chão, e instalar nele uma série de microfones pra ouvir o som da Terra.

O som captado por estes microfones é transmitido em tempo real pro interior desse pavilhão circular, de vidro, vazio.

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E você, já ouviu o som da Terra?


De Lama Lâmina (G12), de Matthew Barney

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Essa foi uma das instalações que mais me marcaram no Inhotim. Vou copiar aqui um trechinho do texto de apresentação da obra:

“Matthew Barney toma o candomblé baiano como fonte de referência para tecer uma complexa narrativa sobre o conflito entre Ogum, orixá do ferro, da guerra e da tecnologia, e Ossanha, orixá das florestas, das plantas e das forças da natureza.

Narrativas mitológicas são uma constante na obra de Barney, que encontrou no sincretismo afro-brasileiro um campo fértil para explorar seu interesse pela natureza dialética das coisas. Criada especialmente para o contexto de Inhotim, a localização da instalação é parte importante de sua concepção. A escolha pela mata afastada do núcleo do parque abre a leitura da obra para o campo da ecologia e reflete a preocupação ambiental do artista, mas também coloca em evidência elementos naturais que aludem aos orixás – o minério de ferro do solo e as árvores de eucalipto da mata. A coexistência entre um plano exterior e um interior é elemento fundamental de De lama lâmina (2009).”

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O que você achou?


Galeria Claudia Andujar (G23)

Em seguida a esse turbilhão de sensações em proporções imensas, chegamos até a mais nova galeria do Inhotim, dedicada à obra da fotógrafa Claudia Andujar, em especial seu trabalho com os Yanomami na Amazônia.

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Não tenho palavras. A galeria é belíssima, e o trabalho da Claudia é de uma entrega e profundidade sem tamanho. Me emocionei profundamente percorrendo as 6 salas onde podemos acompanhar os desdobramentos fotográficos de uma vida inteira dedicada aos Yanomami, com uma delicadeza e carinho que só um olhar feminino e sensível pode proporcionar.

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Vou compartilhar com vocês um dos meus textos preferidos sobre a série de retratos em que os índios estão marcados com números:

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“A série de retratos em que os índios estão marcados com números é quase um acerto de contas da artista com seu próprio passado de perseguições – sua família foi dizimada pelo nazismo. “Os judeus eram marcados com a estrela de Davi para morrer. Eu estava marcando os Yanomami para que eles sobrevivessem”, declarou a fotografa a respeito da campanha de saúde desenvolvida entre tribos.”


Galeria Adriana Varejão (G7)

A Galeria Adriana Varejão é um dos inconfundíveis cartões postais do Inhotim.

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Assim que você atravessa essa passarela, quase caminhando sobre a água, dá de cara com um conjunto de azulejos, Panacea Phantastica. Nesses azulejos você consegue identificar 50 tipos de plantas alucinógenas do mundo todo. Relacionando os efeitos provocados por estas plantas aos efeitos da arte na percepção de cada um. Adorei!

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“O azulejo também está presente em Linda do Rosário, obra inspirada no desabamento do Hotel Linda do Rosário, no centro do Rio de Janeiro, em 2002, cujas paredes azulejadas caíram sobre um casal num dos cômodos do prédio.”

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Natureza Arte

Uma das coisas mais interessantes do Inhotim é esse movimento dos visitantes, que ao sair de uma galeria dá de cara com jardins interessantíssimos, lagos coloridos, e uma natureza tão abundante, que é impossível não se inspirar!

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Viewing Machine, de Olafur Eliasson (A13)

Essa também tem que conhecer, né?! Essa obra é como um grande caleidoscópio que brinca com os reflexos, criando uma verdadeira máquina de ver…

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Galeria Psicoativa Tunga (G21)

Uma das galerias mais interessantes do Inhotim. Primeiro porque o prédio e forma como ele dança com o meio que o cerca é inacreditável.

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Quando você entra na galeria e dá de cara com todos esses elementos, de certa forma parece que aquilo tudo é parte da natureza que cerca a galeria, e de certa forma isso faz sentido. Mais uma vez dando asas aos sentimentos e sensações provocados pela arte, que nos leva por caminhos de inspiração e questionamento. Incrível!

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato

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Os bancos de madeira de Hugo França

Outro destaque do Inhotim que não dá pra não citar são os bancos feitos por Hugo França, e que estão meticulosamente distribuídos por todos os lugares. Encontrar um banco novo, mais bonito que o anterior, e mais feio que o próximo acaba se tornando um desafio, um estímulo!

Fotografei tantos que vou acabar montando uma galeria só com essas fotos.

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Vegetation Room, de Cristina Iglesias (G19)

Depois de caminhar por uma pequena trilha, você chega até esse labirinto espelhado no meio da mata. É como um jardim secreto, uma ilusão, está ali mas não está. É real?! É invenção minha?! Super interessante!

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Elevazione, de Giuseppe Penone (A21)

Uma das minhas obras favoritas em toda a visita. Esse artista italiano é conhecido por suas intervenções escultóricas ao processo de crescimento de árvores. Como ele mesmo diz: “ao invés de fazer obras a partir das obras de outros artistas, como eu via na academia, resolvi fazê-las a partir de coisas objetivas que eu conhecia: a paisagem, as pedras do rio, as árvores da floresta”.

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato

Aqui vai um pedacinho do texto de apresentação da obra, que é ótimo:

“A obra parte da modelagem e conseguinte fundição em bronze de uma castanheira centenária, à qual outras partes de árvores foram soldadas. A grande árvore de metal está presa ao chão por pés de aço e, plantadas ao seu lado, estão cinco outras árvores que, ao longo dos anos, irão crescer e se aproximar da escultura, como se a sustentassem e criassem um espaço arquitetônico para abrigá-la.”


 Origem da Obra de Arte, de Marilá Dardot (G17)

Outro cartão postal de Inhotim. Eu não podia perder a chance, né?!

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Galeria Lygia Pape (G20)

Pra fechar o dia com chave de ouro, a espacial Galeria Lygia Pape. Não vou contar pra vocês o que tem dentro, tem que ir lá pessoalmente pra ver!

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Quer saber como chegar ao Inhotim, quando ir e quanto tempo ficar lá? Conto tudo pra você no Inhotim na Prática


» DIA 2 – Eixos Amarelo e Rosa

Depois de um um primeiro dia cheio, explorando de carrinho elétrico as atrações mais distantes da recepção, a ideia para o segundo dia era ter uma experiência diferente, e explorar o Inhotim a pé.

Os destaques dos eixos amarelo e rosa, foram:

  • Galeria Marcenaria
  • Magic Square #5, de Helio Oiticica
  • Narcissus Gardens, de Yayoi Kusama
  • Galeria Cildo Meirelles

Galeria Marcenaria (G9)

Achei a ideia da Galeria Marcenaria incrível! Esse espaço funciona como um memorial ao artista argentino Victor Grippo, e é a reprodução de seu ambiente de trabalho.

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato

Victor Grippo trabalhava iluminado apenas por um estreito feixe de luz, e ao longo do dia, com o movimento da Terra em relação ao Sol, ia trocando de estação de trabalho. Achei demais!


Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, de Luxe de Helio Oiticica (A12)

Amo amo amo o trabalho do Helio Oiticica. Seja marginal seja herói. Quando entre na Galeria Cosmococa senti naquele exato momento que eu e ele poderíamos ter sido melhores amigos do mundo! E com Magic Square #5 foi a mesma sensação de ‘pertencimento’… Passei um tempo olhando as crianças brincarem em meio a essa instalação, que converge pra nossa criança interior e nos convida a participar dela.

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Narcissus Garden, de Yayoi Kusama (A17)

Outro cartão postal de Inhotim. Quem não ama o trabalho dessa artista japonesa?!

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Galeria Cildo Meirelles (G5)

Essa galeria é muito especial. São instalações incríveis do Cildo Meirelles que usa diversos materiais e suportes pra passar sensações e sentimentos muito fortes. Em Desvio para o vermelho:Impregnação, Entorno, Desvio, de 1967, o espectador é convidado a se circular por 3 ambientes onde a cor vermelho sangue está obsessivamente presente.

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato

Em Através, uma das minhas obras preferidas, vários objetos se organizam geometricamente sobre um chão cheio de cacos de vidro, oferecendo ao espectador diferentes barreiras. A experiência sensorial de caminhar sobre o vidro volta a nos transportar pro mundo que só a arte consegue nos levar. Demais!

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato

Pra fechar o dia com chave de ouro, mais uma, ou duas fotos dos incríveis jardins, e uma rápida visita à lojinha do Inhotim. Tentação total.

O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato

E aí, gostou das dicas?! Viu como o Inhotim tem muito mais do que você pensava?!


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O melhor do Inhotim em 2 dias: dicas e relato


Alessandra B. Fratus
Alessandra B. Fratushttps://www.alessandrafratus.com
Viajante, fotógrafa e bióloga. Largou tudo e ganhou tudo ao mudar de rumo em 2012 após defender um doutorado em biologia molecular na USP. Desde então vive, viaja e trabalha com foto e vídeo, sua verdadeira vocação. Ama viajar fora do esquema turistão e gosta mesmo é de paisagem humana!
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  1. Parabéns pelo Post Alessandra.

    Ouvi falar do Inhotim quando cursava Design de Interiores, e depois, quando iniciei a faculdade de arquitetura, ouvia colegas comentando sobre, o que reforçou o desejo de viver uma “experiência inhotim”. Apenas no ano passado pude conhecer, infelizmente, apenas parte dele. Pude percorrer a galeria rosa e amarela e incrível como teu post e suas fotos, maravilhosas -diga-se de passagem- me transportaram de volta pra tudo o que o Inhotim provoca na gente.

    Grande abraço

    • oi Thiago, tudo bem?! Que bom que você curtiu. Fico feliz em poder te acompanhar nessa viagem de volta para um lugar tão especial quanto o Inhotim! Obrigada pela visita e comentário. Abraços.

  2. Morrendo aqui de invejinha! Quando eu fui, só tive um dia e fiz tudo correndo (e obviamente faltou metade do parque!)… Preciso voltar (e aprender um pouco mais de fotos contigo… tá loco, tão excepcionais!)

  3. Ale, ficou delicioso o teu post! E tuas fotos ficaram lindas!!!
    Inhotim é realmente apaixonante!
    Minha ida para là foi cheia de complicações e passei apenas uma breve tarde, mas ler teu post me deixou mais feliz (porque eu sai de là super triste).
    Obrigada!

  4. Ouvir o som da terra… Não preciso de ver mais nada para ter imensa vontade de ir. Fantástico local. Nunca tinha ouvido falar. Obrigada pela dica.

  5. Adorei!!! Fotos espectaculares!! Deu mesmo vontade de ir!! Obrigada por partilhar essa experiência e deixa-me com vontade de descobrir mais :-)

  6. guriadoceo quantas fotos incríveis!!! sério, top da balada! me deu muuuuita vontade de conhecer inhotim!

  7. Realmente não sabia que Inhotim era tao bonito assim, gostei muito das fotos. Parabens pelo post… gostei muito

  8. Que loucura! Desconhecia por completo a existência deste local! Que lindo! Adoro as suas fotos e esse museu é muito, mas mesmo muito interessante! Que vontade de ir conhecer! Mas já percebi que é preciso tempo para conhecer tudo. Ótimas dicas!

  9. Adorei o post!!! Está aí um lugar que morro de vontade de conhecer!!! Não tinha ideia que era tão grande, que precisasse de dois dias… Mas essa divisão dos passeios ficou ótima!!! Vou fazer dessa forma também quando for…

  10. Quando fomos a Inhotim, passamos apenas um dia lá. E achamos realmente pouco, pelo tanto que Inhotim pode nos proporcionar. Mesmo não sendo fã de arte contemporânea, fiquei embasbacado com o lugar. Adorei as instalações, especialmente a Cosmococa, do Oiticica. É um lugar incrível. Abraços!!!

  11. Me arrisco a dizer que até as minhas fotos ficaram lindas.
    Mas as suas são de babar! Maravilhosas!!!

    beijo para vcs!

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